quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vampiros







                                           
      Das variantes humanas dos seres estudados pela criptozoologia, o mais intrigante e assustador é, sem dúvida, o vampiro. De acordo com o que o teólogo Heinrich Zopfius escreveu no príncipio do século XVIII: "Os vampiros saem das sepulturas à noite, atacam as pessoas que dormem calmamente nas suas camas, sugam todo o sangue dos seus corpos e destroem-nas. Eles atacam homens, mulheres e crianças, não poupando a idade nem o sexo. Os que se encontram sob a malignidade da sua influência queixam-se de sufocação e de uma total ausência de ânimo e pouco depois expiram:"
        Na Europa, os vampiros são conhecidos desde, pelo menos, o início da Idade Média e têm persistido na imaginação moderna devido ao duradouro fascínio que exercem sobre os escritores. O vampiro mais famoso da literatura é o anti-herói epónimo do Drácula de Bram Stoker, escrito em 1897. Embora a imagem pública do vampiro provenha, em grande parte, desta criação literária, à data da publicação do livro os vampiros já constituiam o ingrediente principal da literatura de terror gótica, um género popular no século XVIII. The Monk, escrito por Mathew Lewis em 1796, foi um dos primeiros romances sobre vampiros, e na década de 1840 foi publicado um livro enorme, com mais de mil páginas, chamado Varney, the Vampire.
        Todos estes livros transmitem a imagem dos vampiros como humanóides que sugam sangue, não podem suportar a luz do sol e atacam as suas vítimas para poderem sobreviver. No carácter de todos eles existe, porém, uma faceta vulnerável, ao mesmo tempo que transmitem uma forte sensação de erotismo. Desde o século XVIII, quando estas histórias se tornaram populares, que a imagem do vampiro tem permanecido notavelmente coerente, parecendo ser uma imagem quase intemporal de corrupção, poder e tristeza.
        No entanto, apesar de toda a histeria e sensacionalismo à volta do conceito de vampiros, hoje em dia acredita-se que algumas características vampirescas têm um sólido fundamento médico e que a lenda provém de uma série de anomalias genéticas genuínas.
                           
        O mistério do vampiro teve provavelmente início na Idade Média, na Boémia. Nessa altura, as pequenas comunidades viviam muitas vezes completamente isoladas e populações inteiras conseguiam viver toda a vida sem alguma vez saírem do vale em que a sua aldeia ou cidade se situava. Desconhecendo que havia um mundo mais vasto para além das montanhas que as rodeavam, essas comunidades eram forçadas a praticar procriação consanguínea, o que acabou por provocar aquilo que os biólogso referem como falta de diversidade genética.
        De acordo com uma teoria proposta por David Dolphin em 1985, a falta de diversidade genética em algumas aldeias isoladas da Boémia poderia ter provocado, entre muitas deficiências possíveis, o desenvolvimento de uma doença hereditária chamada porfiria. Esta doença impede a produção de uma proteína que é responsável pela ligação de uma substância química chamada anel de porfirina ao ferro encontrado na hemoglobina do sangue.
        Isto tem várias consequências, as quais podem ajudar a explicar muitas das características geralmente associadas a vampiros. Em primeiro lugar, os que sofrem de porfiria têm um aspecto muito anémico porque a sua hemoglobina não está a ser utilizada com a eficiência necessária e o sangue não é oxigenado como deveria ser. Em segundo lugar, os anéis de porfirina que não conseguem desempenhar a sua tarefa são depositados na gordura subcutânea debaixo da pele. A substância química é fotossensível e, à luz do sol, pode libertar electrões que são prejudiciais à pele e podem provocar queimaduras - daí o medo que o vampiro tem da luz solar.
        A lenda diz-nos também que os vampiros não suportam o alho, e poderá haver também uma razão bioquímica para esse facto. O alho contém enzimas que podem, nas circunstâncias certas, substituir a função da proteína que falta naqueles que sofrem de porfiria. Se for consumido pelo vampiro, dá-se um afluxo súbito do produto bioquímico necessário, o que pode provocar-lhe a morte.
        Uma outra complicação causada pelo mau funcionamento do anel de porfirina é a regressão das gengivas. Isto tem como efeito fazer com que os dentes do doente pareçam maiores do que é normal, o que pode ser a origem da imagem dos enormes caninos do vampiro. Além disso, a incapacidade de ligação dos anéis de porfirina pode fazer que o indivíduo com deficiências genéticas sinta necessidade de beber sangue, o que poderá explicar o desejo de sangue que é um aspecto fundamental da lenda do vampiro.
        Poderão ser efectuadas ainda mais comparações e ligações entre factos e mitos. De acordo com relatos existentes na literatura  existentes popular, os vampiros estão muitas vezes associados a aristocratas ou membros da nobreza. Isto pode ter a sua origem no facto de a deficiência proteica que provoca a doença de sangue só surgir, de um mode geral, depois de o doente atingir a maturiadade sexual ( normalmente por volta dos 16, 17 anos). Esta era também a idade em que as raparigas dessas comunidades de casavam. A ligação poderia ter nascido do facto de na comunidade da Boémia, onde o mito pode ter tido origem, o chefe ou líder ter desposado uma jovem, possivelmente virgem e, pouco depois de ela se ter instalado no castelo do marido, tornar-se-ia pálida e sofreria os efeitos da porfiria. Para os aldeões, isto seria uma prova clara de que o senhor feudal era uma criatura que sugava sangue. Esta história passou de geração em geração, tornando-se cada vez amis elaborada e inverosímil. Na verdade, tudo não passava de uma coincidência.
        Não obstante todas as provas em contrário, e a grande queda registada no número de aparições de vampiro, ainda hoje podemos encontrar caçadores de vampiros. David Farrant é um dos mais conhecidos, em actividade desde 1970. À questão que pergutna o porquê da sua actividade responde da seguinte forma:
        David Farrant > Estava a investigar algumas informações sobre uma figura alta e misteriosa vista no cemitério de Highgate, em Londres, e numa noite cerrada pude vê-la eu mesmo.Era indescritível...Devia ter aproximadamente 2,15 metros de altura e possuía duas manchas alanrajadas que supus serem os olhos. Isto convenceu-me  de que as informações eram verdadeiras, e então decidimos estabelecer contacto com a entidade. Planejámos uma sessão de espiritismo no cemitério, porém antes que pudéssemos começar, a polícia apareceu e deteve-me por estar na posse de uma estaca e de um crucifixo. A polícia acusou-me de "estar em local privado com intenções ilegais", ignorando que a minha verdadeira intenção era procurar e destruir um vampiro.
        > Os Vampiros são reais?
        David Farrant > Não acredito neles, pelo menos no tipo sugador de sangue. Acredito que os mitos dos vampiros surgiram da intenção de se explicar os ataques de espíritos que estabelecem contactos sexuais com os vivos.
        > Poderia ser este o caso da entidade do cemitério de Highgate?
        David Farrant > No cemitério de encontrámos pentagramas invertidos e velas negras, por isso acredito que satanistas tenham invocado alguma forma de força maligna.
  
        Hoje em dia o debate sobre este tema mantêm-se aceso...Contudo, o natureza deste assunto faz supôr que este será um mistério que acompanhará os homens até aos finais dos tempos.
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                                                                                                                    ]BoN3s[

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